Alternativa e orientações contra contaminação no delivery

Os gastos com aplicativos de entregas cresceram 149% durante a pandemia e alta demanda pode dificultar o controle sanitário

No abre e fecha de restaurantes causado pela pandemia, quem procura experimentar um tempero diferente – e fugir de uma pia cheia de louças –, na maioria das vezes, precisa recorrer aos serviços de entrega, transformando os aplicativos de pedidos em verdadeiros aliados. Mas o que é um prazer para o paladar, pode se transformar em dissabor para a saúde, principalmente se o transporte não for feito da maneira adequada. “O ideal é que a comida seja transportada garantindo a temperatura de armazenamento. Se for frio, o recomendado é estar, no máximo, a 5°C, que é a temperatura de segurança. Quando é uma opção quente, o ideal seria chegar ao destino com 60°C. Se o alimento for industrializado, é preciso conferir no rótulo a informação colocada pelo fabricante”, esclarece Solange Cassar, nutricionista e diretora da Normalize Nutrição, empresa especializada no controle de qualidade e segurança alimentar, localizada em Sorocaba/SP. “Mas é claro que é muito difícil manter esses valores durante o transporte, por isso, há uma certa tolerância, porém, é importante ressaltar que a agilidade no deslocamento é fundamental. Se ocorre uma mudança de temperatura acima da tolerância, o consumo pode oferecer riscos ao consumidor, pois alimentos fora da temperatura segura favorecem a proliferação de microrganismos patológicos. ”Esse é um cuidado que precisa ser bem observado ao fazer compras de supermercado via delivery. Dependendo do produto, a temperatura de armazenamento sofre alterações. Aumento de demanda dificulta o controle Se antes da pandemia a rotina agitada dos serviços de entrega já dificultava o rigor do controle, com o aumento da demanda causado pelo isolamento, os restaurantes e lanchonetes precisam ficar ainda mais atentos. Para se ter uma noção, um levantamento realizado pela Mobilis, plataforma de controle financeiro pessoal, apontou que os gastos com aplicativos de entregas cresceram 149% durante a pandemia. Só o Rappi, um dos principais operadores do setor, registrou, de março a junho de 2020, um crescimento de 300% no número de pedidos. “Nesse cenário, os consumidores precisam ficar ainda mais criteriosos na hora de aceitar a encomenda. Precisa conferir com atenção se a embalagem está inteira, intacta e bem fechadinha”, explica Solange. “Assim, a gente tem mais segurança de que aquela comida não ficou exposta ao ambiente durante o transporte sofrendo risco de contaminação, até mesmo pelo novo Coronavírus.

”O papel dos fornecedores

É impossível falar de transporte e segurança alimentar sem refletir sobre um importante aspecto: a embalagem. O papel do restaurante, ou lanchonete, é oferecer um recipiente que não permita nenhum tipo de contaminação química, física ou biológica. Ou seja, caixas de papelão que não sejam feitas para esses fins, não podem ser usadas para transportar comida.” Na Cidade de Sorocaba, uma norma que proíbe a venda de marmitex em isopor”, alerta Solange. “Fora essas questões normativas, tudo o que for íntegro e não ofereça risco de contaminação pode ser usado”. Além de assegurar a saúde do consumidor, acertar na embalagem é fundamental para garantir a qualidade da comida. Lembrando que, se o pedido chegar fora das condições anunciadas pelo fabricante, como frio ou mal preparado, segundo o Código de Defesa do Consumidor, o cliente não é obrigado a recebe-lo. Nesses casos, ele pode exigir uma nova entrega, um desconto, ou até mesmo cancelar a encomenda e pedir o reembolso do valor gasto. Qualquer uma das alternativas é garantia de transtorno ao vendedor. “Vale ressaltar que uma vez entregue, o consumo deve ser imediato”, lembra a nutricionista. “Não adianta guardar para mais tarde, ter algum problema e, depois, culpar o fornecedor”, finaliza Solange.

Fonte e imagens / Acessória de imprensa JF