As doenças da vida moderna nos afetam cada vez mais

Se por um lado a modernidade e a tecnologia possibilitaram uma vida mais confortável e aumentaram a nossa expectativa de vida, por outro esse estilo de vida proporcionado pelo mesmo avanço tecnológico trouxe consigo diversos outros problemas: as chamadas doenças modernas.

O modo de vida adotado pela sociedade contemporânea: vida corrida, violenta e estressante faz com que a população que vive nas grandes metrópoles seja a principal vítima das chamadas “doenças modernas”.

Síndrome do pânico, depressão, ansiedade, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, o transtorno de personalidade, síndrome de burnout, fobias sociais e distúrbios alimentares são os principais distúrbios modernos. As doenças podem atingir qualquer faixa etária, raça ou classe social, prejudicando a saúde física e principalmente a mental, caracterizando-se como os principais males do século XXI.

Com as facilidades obtidas na rotina, principalmente a tecnológica, o ser humano passou a se esforçar cada vez menos, chegando até o sedentarismo, que, aliado a uma alimentação desregrada, à base de fast-food, é responsável pelo surgimento de diversos problemas de saúde, como a obesidade e patologias cardiovasculares.

Os inúmeros estímulos oriundos do uso das tecnologias e mídias sociais favorecem que o indivíduo perca o foco e a atenção, e consequentemente o olhar contemplativo para a vida. Deste modo o envolvimento em múltiplas tarefas o torna com baixa concentração e uma atenção rasa e deficiente, dando lugar a inquietação e a sensação de sempre não dar conta de tudo que precisa ser feito.

Além do sedentarismo, o estresse causado pelo excesso de expectativas sociais, aliado ao trabalho desgastante e ao excesso de preocupação com o futuro, também é o responsável por uma série de doenças, físicas e mentais.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a depressão está entre as doenças incapacitantes mais comuns em todo o mundo,  só perdendo para as dores de coluna. 

Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de depressão, no Brasil os números são assustadores, estima-se que  15,5% da população sofra com esse mal.

Quando se fala de ansiedade, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking, com 9,3% da população (mais de 18 milhões de pessoas) convivendo com o transtorno.

É fato que o cotidiano provoca o aumento dessas doenças. Principalmente por causa do imediatismo que vivemos, o que vai gerando estresse e ansiedade. Com o passar do tempo as doenças, principalmente emocionais, começam a afetar o desempenho no trabalho, na vida social e familiar, pois o indivíduo está sempre muito cansado ou irritado e descontente.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o conceito de saúde é bem mais abrangente que a simples ausência de doença: é um completo estado de bem-estar físico, mental e social e, dessa forma, merece atenção em todas as suas vertentes.

Assim, é urgente a necessidade de reformulação de políticas públicas que viabilizem condições e critérios para a promoção da saúde do indivíduo como um todo. É preciso estabelecer ações com viabilidade prática para transformar a atual conjuntura que envolve a realidade dos tratamentos de problemas que muitas vezes são invisíveis.

Além de campanhas educacionais que incentivem a prática de atividades físicas, alimentação saudável, a adoção de uma rotina de trabalho mais flexível, e momentos de lazer.