CRÍTICA – Missão no Mar Vermelho
Missão no Mar Vermelho (The Red Diving Sea Resort) – EUA/Canadá, 2019 – Direção: Gideon Raff
Missão no Mar Vermelho conta sobre a crise de refugiados que acontece há décadas. Pouco mais de 65 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar, por motivos de perseguição, conflito, violência ou violações de direitos humanos, apenas no ano de 2017. O longa discorre a incrível história de um grupo de agentes secretos do Mossad, que no começo dos anos 80 usaram um resort de férias no Sudão como fachada para o transporte de milhares de refugiados para Israel, quando a Etiópia enfrentava uma guerra civil que transformava todos, desde crianças a idosos, em vítimas da violência e de assassinatos.
Missão no Mar Vermelho tem uma premissa das mais interessantes, um filme com um tema atual e importante, feito para entreter o espectador e fazê-lo pensar um pouquinho.
Entre os aspectos negativos está o fato de ser arrastado no início com uma narrativa habitual do gênero, onde primeiro somos apresentados a todos os personagens centrais das formas (através de mini arcos que já definem a personalidade de cada um), para assim podermos pegar apreço a eles e ficar mais adentro do suspense que esta por vir, quando começa a decolar na tensão, tudo parece corrido, com a sensação que precisa ser ágil, com ação e tensão e o contexto para a existência dessas populações judaicas na África é explicado às pressas,
O filme tem nomes de peso em seu elenco: Chris Evans, que interpreta Ari Kidron, o líder da equipe de agentes, Halley Bennett é Rachel, a única mulher do grupo, o veterano ator anglo-indiano Ben Kingsley e Greg Kinnear.
O filme tem momentos de suspense e de ação. Alguns personagens são subutilizados e a narrativa chega a ser previsível.
A missão, que foi batizada de “Operação Irmandade”, operou por terra, água e ar e durou cerca de cinco anos, e apesar de dramatizar e romancear um pouco demais a crise dos refugiados em questão, Missão no Mar Vermelho é válido esforço cinematográfico que valoriza o heroísmo dos envolvidos na missão frente à uma explosão incontrolável de violência. O grande mérito do filme de Raff é chamar a atenção para um problema complicadíssimo na geopolítica mundial: a crise dos refugiados.