CRÍTICA: O Anjo do Mossad

O Anjo do Mossad (The Angel – EUA / 2018) Direção: Ariel Vromen

Dirigido por Ariel Vromen “O Anjo do Mossad” é uma adaptação do livro “O Anjo: O Espião Egípcio Que Salvou Israel” escrito por Uri Bar-Joseph

No longa, após Israel vencer surpreendentemente a Guerra dos Seis Dias e ocupar A Península do Sinai, as Colinas de Golã, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, o presidente egípcio, Gamal Nasser, reúne todas as nações árabes para um contra-ataque a fim de tomar os territórios.

Ashraf Marwan (Marwan Kenzari) vive o genro do Presidente do Egito Gamal Nasser e discorda da política belicista com relação a Israel, e entra em contato com a embaixada israelense para passar informações do eminente ataque, não é atendido a princípio.

Nesse meio tempo, o então presidente Nasser falece e Marwan se torna conselheiro e confidente de seu sucessor Anwar Sadat.

Conforme a tensão aumenta, não demora para que um agente do Mossad (Toby Kebbell) contacte Marwan para interrogá-lo sobre o motivo da ligação, assim ele se torna um espião duplo,  com o intuito de evitar o conflito, se tornando um dos mais importantes espiões da inteligência israelense no século 20, ganhando o codinome de “Anjo”.

O filme conta o as diversas etapas do confronto sob a ótica do agente que, determinado a garantir a segurança de seu país e familiares, faz o inimaginável e constantemente arrisca ser condenado por traição.

Marwan foi um herói para ambos os lados.

O diretor israelense Ariel Vromen se esmera em desvendar a alma perturbada de Marwan, Vromen explora com competência a distância entre o protagonista e o sogro poderoso, deixando lacunas facilmente preenchíveis quanto a esclarecer a razão pela qual Marwan se aproxima dos opositores do sogro. 

O Anjo do Mossad é entretenimento de qualidade, provoca um debate interessante sobre a moralidade da espionagem e da mentira como estratégias de defesa nacional em um thriller politicamente carregado em segredos que lentamente desvenda uma complicada série de eventos que levaram à Guerra do Yom Kippur. 

Vromen acerta em cheio ao não tomar partido de nenhum dos lados, mesmo sendo israelense narra os fatos como são e tem o mérito de não ser simplista em meio a uma situação complexa como a da geopolítica do Oriente Médio.