CRÍTICA – Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All at Once) | 2022

UM  DESLUMBRANTE PASSEIO PELO MULTIVERSO DA LOUCURA

Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All at Once) | EUA, 2022
Direção: Dan Kwan, Daniel Scheinert

Roteiro: Dan Kwan, Daniel Scheinert

Elenco: Michelle Yeoh, Stephanie Hsu, Ke Huy Quan, Jenny Slate, Harry Shum Jr., James Hong, Jamie Lee Curtis

Gênero: Ação, Aventura, Comédia, Fantasia, Ficcão Científica.

Duração: 140 min.

A trama segue Evelyn Wang, uma mulher chinesa-americana, cansada, que luta para se manter em sua vida comum, que é um caos.

Evelyn (Michelle Yeoh) administra uma lavanderia no subúrbio, cuida do pai idoso, tem um casamento desgastado e uma relação confusa com a filha.

Sentindo-se responsável por tudo e todos, Evelyn não tem um momento de pausa durante seus dias, o que a faz passar como um furacão pela vida do marido, da filha, e do pai.

As coisas ficam mais confusas quando ela descobre que ela é apenas uma das muitas “Evelyn” dentro de um multiverso vasto e é a chave para salvar o multiverso, e pode acessar o conhecimento e os talentos de todos os seus vários “eus” através dos infinitos universos.

Evelyn começa a absorver habilidades que encontra em suas diferentes versões, visitando cada realidade paralela. A ideia foi criar uma ficção pautada no multiverso, pressupondo que cada escolha é uma renúncia responsável por alterar completamente os resultados do universo, e do futuro.

A forma como essas realidades paralelas são criadas, imaginadas e escritas é interessantíssima, com muito humor e com muita originalidade, agradando em cheio a quem simpatiza com o nonsense. 

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é estranho e nada convencional.

A trama é caótica, ousada, bizarra, cheio de metáforas e totalmente original, vai além de qualquer outra trama na ideia da aleatoriedade da vida, dos caminhos percorridos, dos acontecimentos, da maneira como pessoas e situações surgem e vão embora.

O longa gera uma reflexão com a qual é fácil se identificar: como teria sido nossa vida, caso tivéssemos tomado decisões diferentes?

O roteiro é permeado por essa discussão, que começa sutil, mas cresce no decorrer da trama e busca responder por que fazemos o que fazemos e somos o que somos? Qual é o sentido de tudo isso?

Daniel Kwan e Daniel Scheinert conseguiram surpreender com a grandiosidade visual,  unir o que há de melhor na profundidade dos temas abordados. A sensação é de que os diretores se antecipam à imaginação do público e, realmente, controlam o caos narrativo.

Michelle Yeoh está absolutamente fantástica no papel principal, e todo o elenco surpreende pelo desempenho.

O longa é uma jornada para desvendar o significado da vida, Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo é genial, absurdamente bom, te faz chorar e rir na mesma proporção, e você nem sente o tempo passar.

⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

Por Ana Lopes

Jornalista