Setembro Amarelo: precisamos olhar para nossas crianças e adolescentes com mais atenção
Por Adriana Ramalho
Setembro é o mês de conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Um tema delicado, muitas vezes cercado de silêncio, mas que precisa ser debatido com seriedade, especialmente quando falamos de crianças e adolescentes. Nos últimos anos, temos visto um aumento alarmante nos casos de sofrimento emocional entre os mais jovens, e não podemos fechar os olhos para essa realidade.
Entre os fatores que mais contribuem para esse cenário estão o bullying e o uso excessivo das telas. Crianças e adolescentes, em fase de formação da identidade e da autoestima, muitas vezes se veem expostos a ataques cruéis nas redes sociais e em ambientes escolares. A violência verbal, psicológica e até física tem levado muitos deles ao isolamento, à depressão e, em casos extremos, ao suicídio.
O ambiente digital, que poderia ser um espaço de aprendizado e conexão, se transforma em uma arena de comparação, pressão e exclusão. O tempo excessivo diante das telas compromete o sono, o rendimento escolar e, sobretudo, a saúde mental. É urgente que pais, educadores e toda a sociedade discutam limites, criem espaços de diálogo e ofereçam alternativas de convivência saudável fora do mundo virtual.
No ESA – Espaço Social Amparo, do qual tenho a honra de ser madrinha, acompanhamos de perto a importância de iniciativas que promovam acolhimento, escuta ativa e oportunidades de expressão emocional. Projetos de teatro, psicodrama e rodas de conversa têm mostrado resultados extraordinários: quando os jovens encontram espaço para falar, para serem ouvidos e para se expressarem, conseguimos prevenir o sofrimento silencioso que muitas vezes antecede uma tragédia.
O Setembro Amarelo nos lembra que o suicídio não é um ato isolado, mas o resultado de dores que não encontraram lugar para serem compartilhadas. Precisamos estar atentos aos sinais, oferecer apoio sem julgamentos e fortalecer nossas políticas públicas de saúde mental, dentro e fora das escolas.
Se quisermos construir uma sociedade mais humana, precisamos cuidar de nossas crianças e adolescentes. Eles não são apenas o futuro: são o presente, e precisam se sentir amados, acolhidos e respeitados hoje.
Adriana Ramalho é madrinha do ESA – Espaço Social Amparo
Bacharel em Direito, é Política (vereadora em SP 2016/2020), ativista social e palestrante sobre combate a violência doméstica, alienação parental, empreendedorismo feminino, e saúde mental.
Fonte: AL9 Comunicação

