CRITICA OSCAR – Conclave

Conclave (Idem – Reino Unido/EUA, 2024)Direção: Edward Berger

“Conclave” é um filme brilhante que mergulha o espectador nos intrincados e secretos processos de eleição do novo Papa com a adaptação cinematográfica de Edward Berger, baseada no romance de Robert Harris.

Protagonizado por Ralph Fiennes como o Cardeal Thomas Lawrence, decano do Vaticano responsável pela organização e governança do conclave – a reunião dos cardeais para a eleição de um novo papa. A partir da morte do líder religioso (ou em caso mais recente da abdicação), o Vaticano prepara um grande evento, com importantes nomes que comandam as arquidioceses do mundo todo, digno da eleição e posse de qualquer chefe de estado. 

O longa explora o intrigante processo de eleição de um novo papa, trazendo um enredo repleto de suspense e revelações inesperadas, e nos apresenta a quatro candidatos com potencial de conseguir a quantidade significativa de votos, o progressista Cardeal Bellini (Stanley Tucci), o conservador Cardeal Tedesco (Sergio Castellitto), o moderado Cardeal Tremblay (John Lithgow) e o africano Cardeal Adeyemi (Lucian Msamati).

Lawrence, guiado por um senso de retidão inquebrantável,  precisando navegar entre os conflitos e as revelações de sujeiras do passado de cada um deles, a trama ainda nos apresenta o silencioso Cardeal Benítez (Carlos Diehz), da arquidiocese de Cabul, que nenhum outro cardeal, nem mesmo Lawrence, sabia da existência.

Com uma narrativa envolvente e um roteiro bem estruturado e uma direção competente o filme consegue capturar a tensão e o drama que permeiam essa cerimônia milenar. Com atuações excepcionais, a direção de arte é outro ponto alto, transportando-nos para o interior do Vaticano com cenários detalhados e uma cinematografia que exala a grandiosidade e o mistério do conclave. A trilha sonora, sutil e evocativa, complementa perfeitamente o clima de suspense e reverência.

“Conclave” não só entretém, mas surpreende com seu desfecho e também convida à reflexão sobre poder, fé, moralidade e humanidade, oferecendo uma visão íntima e ponderada de um dos processos mais fechados e fascinantes da Igreja Católica. Um filme imperdível para os amantes de dramas políticos e religiosos.

☆☆☆☆☆