Biodegradável x Reciclável: entenda as diferenças e os impactos dos microplásticos

Quando o apelo sustentável vira estratégia de venda, conhecer a fundo os materiais é essencial para evitar armadilhas ambientais.

Na busca por alternativas sustentáveis e escolhas conscientes, o consumidor se depara com duas palavras que, embora muito usadas, ainda geram confusão: biodegradável e reciclável. Aparentemente semelhantes, os dois conceitos envolvem propriedades e comportamentos distintos dos materiais, especialmente no que se refere ao seu ciclo de vida e à forma como interagem com o meio ambiente.

Rogeria Portes, gerente executiva industrial da Multinova, empresa referência na fabricação de plásticos bolha, polietileno e polipropileno expandidos da América Latina, explica que os dois materiais seguem lógicas opostas: “Um produto reciclável é projetado para retornar ao ciclo produtivo por meio de reaproveitamento. Já o biodegradável tem como principal característica a decomposição natural, por meio da ação de microrganismos, tendo como subproduto resultante adubo organico”, esclarece. 

Segundo ela, compreender essas diferenças é essencial em um cenário em que o marketing verde muitas vezes mascara práticas pouco sustentáveis. A Multinova, por exemplo, desenvolve materiais 100% biodegradáveis certificados que não geram microplásticos durante sua decomposição, como bobinas de plástico bolha, sacarias, folhas, mantas, perfis e cantoneiras de polietileno expandido.

Mesmo os materiais recicláveis, se não forem projetados com as propriedades corretas, podem sofrer fragmentações físicas e acabar liberando resíduos em escala microscópica. “Microplásticos podem se formar a partir da degradação de diversos materiais, inclusive os recicláveis, o que amplia o debate sobre os impactos reais de cada solução”, destaca Rogéria.

Os microplásticos já são considerados um dos maiores desafios ambientais do nosso tempo. Estão presentes em rios, solos, oceanos e até no ar. Sua presença na cadeia alimentar é cada vez mais evidente, o que reforça a importância de repensar não apenas o consumo, mas a composição e a origem dos materiais que utilizamos.

Além das propriedades técnicas, Rogéria alerta para outro fator que contribui para a confusão: os termos ambíguos e rótulos pouco claros nas embalagens. “Muitas vezes, visualmente, um produto biodegradável é quase idêntico a um convencional. Sem informação técnica acessível, é difícil distinguir. Por isso, a clareza nas especificações é tão importante quanto a tecnologia empregada na produção”, finaliza.

Fonte: Aurora Comunicação Criativa