CRÍTICA – Maratona Oscar – Maestro (2023)
Maestro (Idem – EUA, 2023)
Direção: Bradley Coope
Bradley Cooper produz, co-roteiriza, dirige e protagoniza a cinebiografia de Leonard Bernstein, compositor e maestro da Filarmônica de Nova York.
“Maestro” mostra um período de aproximadamente 40 anos da vida de Bernstein, que é recontada através do relacionamento com Felicia Montealegre (Carey Mulligan).
Todos os momentos em que Leonard Bernstein (Bradley Cooper) aparece conduzindo uma orquestra em “Maestro” evidenciem o olhar de Felicia Montealegre Cohn (Carey Mulligan). Na realidade, o filme está interessado nos conflitos por trás do gênio musical. Bernstein era uma figura boêmia e livre, sem distinção de gênero em seus romances. Felicia compreende e aceita a bissexualidade de seu marido, enquanto, simultaneamente, almeja um casamento convencional.
A narrativa não-linear do filme funciona como um álbum de momentos-chave na vida do músico, desde sua ascensão meteórica até os momentos de tensão em sua vida pessoal, explorando as contradições na sexualidade dele, revelando as diferentes facetas de sua vida pública extravagante e sua existência introvertida como compositor.
O diretor mantém um preciosismo para os diálogos de uma forma admirável, e o filme não decepciona tecnicamente, a fotografia em preto e branco e colorida serve como um pressuposto para as emoções, a maquiagem, figurino, e direção de arte estão deslumbrantes e recriam perfeitamente a época mostrada.
A direção de Bradley é competente e segura, e as atuações, dos personagens centrais, são
dignas de aplausos.
O longa é mais que uma cinebiografia, pois não segue o caminho convencional ao retratar uma figura icônica, consegue se diferenciar por justamente ter uma contação de história que foge do esperado em diversos momentos e atos, com ousadia e riqueza visual que compensam qualquer lacuna emocional.
“Maestro” é uma catarse intimista sobre música, amor e família, é uma emocionante carta sobre um amor imperfeito – mas real, doloroso – mas incrível, instável – mas eterno.