CRÍTICA – The Banshees of Inisherin – 2022
AMIZADE E CICLOS ROMPIDOS EM UM DRAMA SENSÍVEL
The Banshees of Inisherin – 2022
Direção: Martin mcdonagh
Roteiro: Martin McDonagh
Elenco: Barry Keoghan, Colin Farrell, Brendan Gleeson
Gênero: drama
Origem: Estados Unidos, Irlanda, Reino Unido
Duração: 109 minutos
Em The Banshees of Inisherin, Pádraic (Colin Farrell) e Colm (Brendan Gleeson), são camponeses de Inisherin, uma isolada ilha irlandesa na década de 1920.
A amizade, entre eles, sofre uma ruptura fatal quando Colm decide encerrar unilateralmente a amizade. Pádraic, um sujeito de pouca inteligência e sem amigos, se recusa a aceitar o fato. A trama então se torna um duelo de vontades que sai lentamente do controle.
Pádraic é um homem de coração simples e mente sem maiores horizontes e aspirações, é puro, só deseja ser alguém de bem com a vida, fazer o bem, em propagar bons sentimentos e sofre pela rejeição por parte do agora ex-grande amigo que como única explicação para o desenlace é que não quer mais perder tempo jogando conversa fora.
Colm ele chegou a um estado de entendimento do mundo à sua volta tal, que ele decide abrir mão de algo tão primordial ao humano, como o contato, e mais precisamente a fala do outro, ele não deseja mais ouvir. Há em Colm a consciência de um encerramento de ciclo que precisa ser cumprido, a história entre eles chegou ao fim; Colm deseja mais do mundo, Pádraic não.
Os Banshees de Inisherin liderou a lista de indicações do Globo de Ouro com 8 indicações.
O roteiro é demasiadamente humano e mostra como num ambiente simples, numa comunidade de pessoas comuns, a ruptura de um equilíbrio harmônico pode seguir num crescente interminável de conflitos, e como é triste perceber como, na vida, amigos trilham caminhos diferentes e se afastam daqueles com quem dividiram a vida ou parte dela.
Simples e complexo ao mesmo tempo, terno, singelo e reflexivo. Uma obra peculiar, introspectivo que pouco dialoga com o mundo exterior.
PS: No título, “banshees” diz respeito a seres fantásticos da mitologia celta que podem ser malignos, prevendo mortes que vão acontecer.
⭐️⭐️⭐️⭐️
Por Ana Lopes
Jornalista