CRÍTICA – Triângulo da Tristeza (Triangule of Sadness – EUA/2022)   – Direção: Ruben Östlund

TRIÂNGULO DA TRISTEZA BUSCA FAZER UM RETRATO SOBRE A CONDIÇÃO HUMANA, É  UMA CRÍTICA À HIPOCRISIA DO CAPITALISMO.

Gênero: Comédia, Drama

Roteiro: Ruben Östlund

Elenco: Harris Dickinson, Charlbi Dean, Woody Harrelson, Dolly De Leon, Vicki Berlin, Zlatko Buric, Henrik Dorsin, Carolina Gynning, Arvin Kananian, Sunnyi Melles

Duração: 145 minutos

O Ganhador da Palma de Ouro do Festival de Cannes, Triângulo da Tristeza é uma sátira daquilo que nos tornamos, E cutuca fortemente a luta de classe e o embate sobre os prazeres e as agruras do capitalismo, através das reações humanas. 

Os protagonistas de “Triângulo da Tristeza” são dois modelos, Yaya (Charlbi Dean), que também é influencer e Carl (Harris Dickinson), o casal tem uma relação desconfortável e é convidado, com tudo pago, para um cruzeiro luxuoso num iate onde estão rodeados de gente rica e fútil, que é comandado por um americano bêbado e marxista.

A segunda parte do longa mostra as personalidades a bordo e ao faze-lo  procura diversificar o máximo possível os estilos de vida predominantes na sociedade contemporânea e acaba sendo bem sucedido na empreitada, muito pelo fato de não tentar se aprofundar neles e sim trazer uma observação superficial.

Uma noite de tormenta e ataques de piratas fazem o navio naufragar, deixando os sobreviventes presos numa ilha deserta.

A hierarquia dentro do grupo muda completamente quando a única pessoa que sabe como sobreviver nesse local inóspito é a faxineira filipina – capaz de pescar, fazer uma fogueira e cozinhar – que se torna a “comandante” do grupo e a nova dinâmica que inverte os poderes entre os sobreviventes, discute e passa a questionar os papéis de gênero. 

A situação leva a nos depararmos ao que é o pior e mais lamentável da natureza humana.

O longa de Ruben Östlund é uma sátira político-social naturalmente engraçada e que surpreende, ele aposta todas as fichas na satisfação do público ao ver pessoas privilegiadas perderem as vantagens que as colocam no topo do mundo.

A discussão levantada pelo roteiro original é uma tese de sua ideia de desigualdade e cisão entre o mundo dos ricos e o mundo real.

Apesar de longo é uma critica bem vinda ao mundo contemporâneo, vale o tempo e a discussão.

⭐️⭐️⭐️

Por Ana Lopes

Jornalista