O esporte como aliado no desenvolvimento da pessoa com Síndrome de Down

por Bruno Ribas

O Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, é um dia de conscientização e reforça o debate sobre a importância de incluir e oportunizar mais possibilidades sociais, profissionais e educacionais e esportivas para pessoas com Down. 

A síndrome de Down é uma alteração genética, caracterizada pela trissomia do cromossomo 21.

Quando o cromossomo 21 apresenta três cópias, ao invés de duas, o indivíduo passa então a ter 47 cromossomos em suas células. Isso acontece porque, no momento da concepção, o óvulo feminino ou o espermatozóide masculino apresentou 24 cromossomos, ou seja, um cromossomo a mais. É esse cromossomo extra que caracteriza a síndrome de Down.

Os benefícios da prática de atividades físicas devem ser considerados para todas as crianças, pois melhoram a capacidade respiratória e favorecem o condicionamento físico.

Para a criança com síndrome de Down, especificamente, essa atividade é ainda mais importante e deve ser incentivada.

Estudos apontam que a atividade física pode fortalecer a autoestima, aumentar a independência e autonomia nas atividades diárias, prevenir deficiências secundárias e melhorar o funcionamento dos aparelhos digestivo, cardiovascular, excretor e respiratório.

A estimulação ao esporte é fundamental para o desenvolvimento e deve iniciar ainda nos primeiros anos de vida da criança.

Exercícios direcionados são importantes devido à hipotonia, limitações sensoriais entre outros aspectos relacionados aos riscos inerentes a essa síndrome.

A metodologia utilizada pelos profissionais de Educação Física para aprendizagem dessas pessoas muitas vezes é a mesma para a população geral. O acompanhamento profissional facilita a aquisição de autoconfiança e sucesso nas tarefas desempenhadas por essas pessoas.

O esporte para o SD traz vantagens psicossociais como a integração sensorial, conhecimento do próprio corpo, autonomia e desenvolvimento da autoestima,

e vantagens físicas: melhora da qualidade de vida e a saúde: os benefícios podem ser no condicionamento cardiorrespiratório, prevenção de obesidade e osteoporose.

  • Vantagens psicossociais do esporte ao portador de SD

favorece as relações interpessoais;

ajuda a externar suas emoções com o grupo favorecendo o autocontrole emocional;

traz consciência tanto das suas dificuldades como de suas possibilidades melhorando assim a sua autoestima;

ajuda a adquirir maior autonomia e melhora o seu estado de ânimo;

ensina a respeitar as regras do jogo.

  • O esporte também oferece benefícios físicos.

melhora o seu estado físico geral;

previne a obesidade;

aumenta a resistência cardiorrespiratória;

diminui o risco de cardiopatia;

reduz o colesterol ‘ruim’ e triglicérides;

ajuda a potencializar habilidades;

melhora a coordenação;

contribui para melhorar sua postura corporal, além de dar  equilíbrio e  flexibilidade.

Não existe recomendação do esporte ideal para a criança com síndrome de Down. Esportes individuais e coletivos são bem-vindos, desde que supervisionados por um profissional que tenha experiência com crianças que apresentam deficiência intelectual.

O importante é garantir que a criança seja bem aceita e se sinta feliz no ambiente esportivo.

O ponto-chave para a qualidade de vida de quem tem síndrome de Down é promover e orientar a aceitação dessa condição desde a infância até a vida adulta e reforçar a ideia de que a pessoa com SD é como qualquer outra, com os mesmos direitos: de ser feliz, de ter família, ir à escola, trabalhar e praticar esportes.

Bruno Ribas é comunicador, gestor educacional e idealizador do Projeto de Jiu Jitsu LPV Moriá

Fonte: AL9 Comunicação