CRÍTICA: Top Gun: Maverick (2022)
UM VÔO APOTEÓTICO PELA NOSTALGIA E POR UMA PRODUÇÃO SENSORIAL
Top Gun: Maverick – EUA, 21 de maio de 2022
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Ehren Kruger, Eric Warren Singer, Christopher McQuarrie, Peter Craig, Justin Marks
Elenco: Tom Cruise, Miles Teller, Jennifer Connelly, Jon Hamm, Glen Powell, Lewis Pullman, Ed Harris, Val Kilmer, Jay Ellis, Manny Jacinto, Monica Barbaro, Charles Parnell, Bashir Salahuddin, Danny Ramirez
Gênero: Ação / Drama
Duração: 137 min.
Top Gun Maverick é tipo de super produção que vai na contramão dos grandes estúdios, não só pelo alto orçamento dispensado, mas pela facilidade tecnológica que torna tudo em efeitos especiais feitos por computador.
A história de “Top Gun: Maverick” é simples, tátil e sensorial
Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise), um piloto à moda antiga da Marinha que coleciona muitas condecorações, medalhas de combate e grande reconhecimento pela quantidade de aviões inimigos abatidos. Entretanto, sua carreira não decolou, visto que ele deixou de ser um capitão e tornou-se um instrutor por ser o piloto rebelde de sempre que desafia a morte.
Após 30 anos, “Maverick” volta para o programa TOPGUN e torna-se instrutor de novos pilotos, para a realização de uma missão praticamente suicida. E ele pretende provar que o fator humano ainda é fundamental no mundo contemporâneo das guerras tecnológicas.
A sequência nostálgica de Top Gun: Ases Indomáveis celebra o cinema como espetáculo, principalmente visual.
Todas as cenas de voo foram filmadas em jatos F/A-18 da Marinha dos EUA, para os quais o elenco teve que ser treinado durante um processo árduo, Cruise não só pilotou o avião e fez as manobras como não utilizou dublê para as cenas, mostrando que não só entrega atuação mas entrega a vida para os filmes que faz. Assim, “Top Gun: Maverick” celebra não apenas o cinema, como o próprio Cruise, que retribui com uma performance madura e muito competente.
A narrativa do filme traz muitos elementos nostálgicos. Temos os mesmos temas dramáticos do original, como amizade, lealdade, romance, rivalidade e excelente experiência cinematográfica.
O trabalho de Joseph Kosinki se sobressai. O cineasta compreendeu o que é levar às telas a continuação de um clássico, reproduz com primor homenagens a cenas clássicas, e traz lembranças afetivas que emocionam e levam as lágrimas.
A presença de Val Kilmer é o destaque no elenco, como o eterno comandante Tom “Iceman” Kazansky. Lutando contra um câncer na garganta e estando debilitado, inclusive sem poder falar (sua voz foi recriada a partir de uma nova tecnologia, capaz de utilizar a antiga voz do astro, emociona muito) Kilmer encantou e emocionou.
espetáculo visual da obra.
O grande trunfo de “Top Gun: Maverick” é ser feito para todos. Não é restrito à nostalgia dos fãs do clássico dos anos oitenta.
Renegado as categorias técnicas nas premiações do ano, merecidamente foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Efeitos Visuais, Melhor Montagem e Melhor Som e Melhor Trilha Sonora.
⭐️⭐️⭐️⭐️
Por Ana Lopes
Jornalista