A adolescente sofre abuso por parte do pai por seis meses
Uma ligação já no fim da noite interrompeu o trajeto e a vida da babá Rafaela Cristina da Cruz Silva. A fala envergonhada e desolada do outro lado da linha era da filha Juliana Silva*, de 12 anos. “Mãe, depois do que aconteceu nunca mais vou conseguir ser feliz”, disse a menina, por volta das 23 horas do dia 2 de outubro do ano passado. Rafaela pensou, então, em tudo que poderia ter acontecido: assalto, roubo, agressão, estupro. “Só não pensei que o pai dela pudesse estar envolvido.”
Hoje, quase dez meses após a denúncia e apesar de ter conseguido na Justiça uma medida cautelar para proteger a filha, Rafaela ainda convive com as sombras do ex-companheiro. “Abandonei por três ou quatro meses a casa em que vivíamos. Pago transporte para ela ir à escola e as pessoas na vizinhança me ajudam a ficar de olho. Enquanto isso, ele trabalha e joga futebol. Ele tem uma vida normal, quem não tem sou eu e minha filha. Mas vou com ela até o final.”
foto / divulgação R7