CRÍTICA – As Nadadoras (2021)

As Nadadoras (The Swimmers – UK/EUA /2021) Direção: Sally El Hosaini

Baseado em fatos reais, “As Nadadoras” conta a saga de superação das irmãs sírias Yusra Mardini (Nathalie Issa) e Sara Mardini (Manal Issa), profissionais da natação em ascensão que veem seus sonhos de competirem nas Olimpíadas se esvair com a guerra na Síria. Jovens, cheias de sonhos e energia, elas continuam levando suas vidas mesmo com o clima caótico que as cerca.

As duas irmãs nadadoras (Manal Issa e Nathalie Issa) fogem de uma Síria devastada pela guerra e buscam abrigo na Europa para manter vivo o sonho de viver do esporte.

Ao saírem do território de guerra, deixam para trás tudo que conhecem como vida, são colocadas numa rota perigosa repleta de contrabandistas mal intencionados e vigilância, entraram numa aventura marítima fadada a ser mal sucedida que só não houve vítimas, pois as irmãs utilizaram suas habilidades para puxar, por cordas amarradas ao corpo, um bote cheio de refugiados da Síria, completando boa parte da travessia à Grécia a nado, para todos sobreviverem, por cerca de quatro horas.

Além disso, ainda enfrentaram fronteiras hostis, aproveitadores, agressores e dificuldades burocráticas na Alemanha quando finalmente chegaram a Berlim

Sally El Hosaini conduz com maestria o filme que não só retrata a realidade da família Mardinij, mas a de mais de 30 milhões de refugiados, com metade deles menores de idade.

Felizmente a vida das Nadadoras Sara e Yusra é transformada ao conhecerem o técnico Sven Spannekrebs, que ajuda as garotas levando Yusra ao grande sonho, de disputar as Olimpiadas, que a garota realizou não só na Rio 2016, como Tokyo 2020.

Já Sara abandonou a carreira de nadadora em competições de alto nível e se dedica agora ao trabalho em uma ONG na Grécia, voltada apenas para ajudar refugiados do Oriente Médio e da África.

A narrativa é clara: as vidas continuam ao meio bárbaro em que vivem mesmo em estado de calamidade; há vida, mas até quando? E vale a pena passar tanto perigo em busca de um sonho?

A direção de Hosaini é madura e segura, As Nadadoras é um filme que emociona por saber contar sua história como ela deve ser contada, Hosaini some por trás de suas intenções estéticas e comanda o filme com suavidade e repleta de personalidade.

É um filme dolorido, intenso, forte, e inspirador.

Um soco no estômago quando entendemos que o mundo real é ainda mais cruel do que muitas ficções.