Janeiro Branco: a necessidade de políticas públicas em defesa da Saúde Mental 

O Janeiro Branco é um movimento que tem o objetivo de alertar a sociedade e o poder público para os cuidados com a Saúde Mental.

O objetivo central da campanha é encorajar a discussão sobre a saúde mental na sociedade, desmistificar questões relacionadas a transtornos mentais e incentivar a busca por ajuda e tratamento adequado.

O mês de janeiro não foi escolhido ao acaso, esse mês simboliza um novo começo, um momento propício para reflexão e a criação de novos objetivos, incluindo o cuidado com a saúde mental. A cor branca representa a ideia de uma página em branco, onde novas histórias podem ser escritas.

A ideia da campanha está ancorada na virada entre um ano e outro, período marcado pela reflexão sobre a vida, organização de planos e metas para o futuro.

A ação pretende conscientizar as autoridades governamentais e legislativas a respeito da importância de estratégias e de políticas públicas voltadas para a promoção da Saúde Mental e Emocional na sociedade, na vida dos indivíduos e nas instituições.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Por isso, quando falamos em promoção de qualidade de vida, é importante uma análise integrada entre corpo, mente e o contexto social no qual o indivíduo se encontra. 

A saúde mental é uma temática multidimensional, multisetorial e transversal. Não tem como falar em saúde mental se a pessoa não tem onde morar, não tem emprego, proteção, saúde e segurança.

A promoção da saúde mental envolve três aspectos: cuidados individuais, atitudes institucionais, que diz a respeito a ações em ambientes corporativos e políticas públicas, que envolve ações governamentais de promoção da dignidade humana, qualidade de vida e do bem comum.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que já são mais de 350 milhões de pessoas, de todas as idades, que sofrem com a doença. O Brasil assumiu a liderança do ranking da ansiedade, com 18,6 milhões de pessoas ansiosas e 11,7 milhões deprimidas. Isso demonstra o que muitos especialistas afirmam: o Brasil está vivenciando a pandemia dos transtornos mentais.

Criada em 2014, a campanha Janeiro Branco, que já é Lei Federal (Lei 14.556/23), foi elaborada pelo psicólogo Leonardo Abrahão, presidente do Instituto Janeiro Branco, e relaciona a saúde mental às interações humanas. O tema deste ano é “Saúde mental enquanto há tempo”.

Ao perceber que precisa de ajuda ou identificar que alguém que você ama precisa, procure um profissional de psicologia, ao menos para uma avaliação.

Não existe uma forma única de adoecimento mental, por isso, para manter a saúde mental em dia, algumas dicas são valiosas, como praticar atividade física, manter uma alimentação saudável, se hidratar, ter um sono de qualidade, cuidar bem dos relacionamentos, se valorizar, estar em companhia de pessoas otimistas e que te faça sentir bem.

É muito importante que as pessoas que apresentam e percebam os sintomas busquem uma orientação de um profissional.

Você pode buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde  (UBS) da região onde reside, a fim de que seja realizado o acompanhamento pelas equipes de Saúde da Família, além dos encaminhamentos, quando necessário, para o atendimento especializado nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs).

Em caso de surto psiquiátrico, é preciso acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) para ser encaminhado ao atendimento de urgência e emergência mais próximo.

Nada substitui a ida ao psicólogo, porém, como diversas pessoas não se sentem à vontade em conversar com alguém, por mais que seja um profissional, o CVV é uma alternativa, que conta com voluntários dispostos a conversar e ajudar, 24h por dia. Não é preciso se identificar, nem passar nenhuma informação ou contato seu, é totalmente sigiloso.

Você pode entrar em contato via:

Chat: através do site www.cvv.org.br , onde você pode iniciar uma conversa com um dos voluntários do CVV.

Ligação: ligar para 188 e entrar em contato com um voluntário.

Email: escrever uma mensagem e ser atendido por um dos voluntários do CVV.

Endereço: você pode consultar no site a localização mais próxima de você e, conversar pessoalmente, caso se sinta confortável.